A forma como você enxerga tudo é sua, só sua. Se isso acontece, por que então existem tantos trabalhos e fotos iguais?

Fotografar vai muito além do clicar.

Uma boa foto começa bem antes de você apertar o botão. É sobre saber quem se é, se conectar, acessar seu repertório, prestar atenção de verdade, nos detalhes e se entregar ao sentir. 

Se você se inspira nos mesmos lugares, se tem as mesmas referências que todo mundo e faz as coisas sempre do mesmo jeito, como espera que seu trabalho seja diferenciado?

• Eu já fiquei muito tempo só reproduzindo o que, na minha cabeça, fazia mais sucesso, dava mais curtidas ou agradava mais - e isso me impediu de acessar o que realmente faria a diferença na minha fotografia. 
• Já admirei tanto um fotógrafo que, quando me dei conta, meu trabalho era uma tentativa de cópia. Me sentia tão frustrada que não tinha disposição para estudar, praticar e evoluir o meu olhar.
• Já me questionei até que ponto valia a pena estabelecer limites claros sobre quem sou, o que penso e como enxergo o mundo. 
• Já me senti competindo por preço e zero valorizada.
• Já achei meu trabalho mais do mesmo, sem evolução, sem profundidade.

Por muito tempo achei que o dia a dia, o cotidiano, não tinha graça. "Nada demais acontece", eu pensava. Até o dia no qual descobri que é justamente o contrário: eu só precisava ajustar meu foco e limpar minhas lentes (e não, não estou me referindo às lentes da câmera).